VIVER É PRECISO?
O que é
senão um incansável desconforto diante de outros seres os quais se apercebem
profanando dialetos ininteligíveis, tentando provar a todo instante o quanto se
é bom e quanto se é insubstituível no dia a dia de cada um?
Seria senão
uma insubordinação do sentido opostamente colocados para serem inopinadamente
incorretos e incoerentes diante dos olhos alheios?
Como
distinguir uma verdade de uma mentira se passamos as horas incontinentes do dia
em diálogos vis, realizando verdadeira guerra de palavras que só fazem caçoar
dos ocultos e ressaltar o conveniente sempre que possível aos olhos e ouvidos
dos ditos donos do sentido e do poder?
Travamos
infinitas lutas entre nós mesmos e nos orgulhamos de nossos erros ou de nossos
escassos momentos de soberania, sobre outros indivíduos, naquele instante,
menos dotados de lucidez ou de deliberada tirania para conosco,
subentendendo-se onipresentes.
Passamos
todo o tempo, inclusive em sonhos, ou estado de semiconsciência, participando
do teatro da vida e, quando deparamos com a severidade da realidade, caímos em
estado de catatonia e nos recusamos a admitir nossos defeitos, e continuamos a
mentir à todos que somos felizes e sorrimos com facilidade diante das
atrocidades praticadas ao nosso lado, ao nosso semelhante e até nos horrorizamos
por segundos, como um pedido de desculpas pelo nosso sarcasmo e dramatizamos a
vida de modo a nos regozijarmos com todo o tipo de desgraças a nos fazerem
sentir melhores , mais potentes, maiores, superiores às outras pessoas, criando
em torno de nós mesmos um falso estímulo, ocultando nossos preconceitos e
traumas, desejando que o inócuo seja respeitado para suprirmos a necessidade de
nos conduzirmos à realização mesmo que seja através do tombo do outro e da permanência
deste no chão, fazendo da utopia um sentido real e até um privilégio e uma meta
a ser alcançada.
Esta é a
vida e precisamos sobreviver.
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Mas fica a
dúvida: VIVER ASSIM É
REALMENTE PRECISO????????????????????